Clara acordou naquela manhã como se dentro dela não houvesse
nada : em sua barriga uma sensação de frio,como se ela não comesse ha dias;
suas pernas estavam estremecidas, como se todas as suas forças tivessem
desaparecido em um passe de mágica.Em sua boca o gosto das lágrimas que
escorriam sobre sua face...
Com pensamentos soltos Clara se levantou, não porque queria mas porque precisava.Ela sabia que aquele dia não seria bom...
Nenhum dos sorrisos que a cativavam diariamente, como o do
filho mais novo do porteiro, uma criança amável que fazia questão de recebê-la com um sincero bom dia todos os dias, surtiu efeito.Clara parecia viajar no
tempo com olhos perdidos no espaço,caminhando mecanicamente para o trabalho...
Aquele dia realmente seria ruim...e como demorou a passar...parecia
que a cada segundo um pedaço do seu
coração se perdia, e naquela ocasião, Clara não queria encontrá-los.
E assim se passou o tempo...tempo em que a cada momento
Clara se via repetindo o dia em que ela havia julgado ruim...
Até que em um amanhecer ela percebeu que tudo aquilo que ela
pensava ter perdido nunca havia saído do lugar.Se levantou aliviada,com o ritmo
do seu coração normalizado.Naquele dia ela sorriu.
E continuou sorrindo por todos os outros, esperando que em
algum desses alguém a encontrasse e a devolvesse todos aqueles pedaços do seu
coração que haviam se perdido...
Clara aprendeu que o tempo, as vezes cura ou ameniza, que pode demorar mais do
que esperamos ou até mesmo aguentamos, mas que em algum dia sempre reaprendemos
a sorrir.
" O tempo cura o que a razão não consegue curar "
Sêneca
"Em sua boca o gosto das lágrimas que escorriam sobre sua face..."
ResponderExcluirJá senti esse gosto, demais!
Creio que todos nós. É o gosto que mais conhecemos, infelizmente.
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